25 de julho de 2010

Por um pouco de razão

Tem dias que a gente acorda sentindo uma falta terrível de algo que nunca existiu. É uma saudade sem fundamento, como sentir falta de algo que nunca aconteceu? Não é racional.
Como tantas outras coisas não o são. É mais desejo que saudade.
A razão é traiçoeira, te engana, dá rasteira; e quando você vê, é o chão. É sua cara no chão. É você e o limite, um de frente pro outro e ele te olha e diz:
- Vai, se entrega. Pensou que seria fácil?
Aí, umas músicas, umas bebidas e a rotina -com a promessa de auto-controle.
Logo você está de pé. E como a razão sempre é traiçoeira, pronto pra cair de novo.


Um comentário:

  1. Rafa,
    Bem poucas coisas são fáceis.
    É difícil cair, eu detesto isso, mas tem algo que vai além da razão e nos ajuda a levantar, talvez seja a síntese de "A falta que ama" de Drummond (acho que é a estátua dele sentada ao lado deste comentário!) Talvez seja biológico, foi assim que um grande amigo definiu quando sabemos se um trabalho faz sentido pra nós: "-Quando precisar fazê-lo como se fosse uma necessidade do seu organismo." É mais do que querer, é precisar... Muitas hipóteses para o racional e as razões.
    O que é fato: seu texto tem algo de universal, dê uma olhada nos meus escritos sobre Marcel Proust, sua postagem tem essa essência de pelo cotidiano chegar no universal.
    -Magnífico. :)
    G

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