30 de janeiro de 2010

Por baixo do fino véu

Enfim, algumas faces começam a mostrarem-se assim, mais claramente. Talvez em breve o real problema do Haiti seja compreendido. E as pessoas (essas que ainda acreditam em "ajuda humanitária") quem sabe, passem a entender que o que falta ali agora não é tanto dinheiro; e que mais, ninguém de fora poderá fazer pelos haitianos mais do que eles próprios -como aliás, sempre fizeram. E aí, por baixo do fino véu tudo estará claro: o Haiti sempre fora e continua sendo o campo de uma disputa política; de uma política que não é para "o bico" dos haitianos.


30/01/2010 - 17h47
Exército dos EUA anuncia suspensão de voos com feridos haitianos

da France Presse, em Washington
da Folha Online

O Exército americano confirmou neste sábado a suspensão dos voos de retirada de haitianos gravemente feridos durante o terremoto de 12 de janeiro, enquanto aguarda uma decisão sobre quem se encarregará das despesas com o tratamento deles nos Estados Unidos.

"Cancelamos temporariamente esses voos de retirada de haitianos, mas temos meios de retomá-los", afirmou o capitão Kevin Aandahl, porta-voz da Transcom, a unidade de gestão dos transportes do Pentágono, em correspondência enviada à France Presse.

A informação corrobora uma notícia divulgada neste sábado pelo jornal "The New York Times".

Citando fontes militares, o jornal informa que os voos militares com pessoas atingidas na coluna, com queimaduras e outros ferimentos graves foram interrompidos na quarta-feira (27) passada depois que o governador da Flórida, Charlie Crist, pediu apoio do governo federal para pagar pelos cuidados das vítimas do terremoto.

Até agora, os hospitais da Flórida trataram mais de 500 pessoas, incluindo um menino resgatado dos escombros com o crânio e várias costelas quebradas.

Os voos para outros Estados que recebiam pacientes haitianos também foram suspensos.

O cancelamento poderá ser catastrófico para os pacientes, segundo Berth Green, um dos fundadores do Projeto Medishare para o Haiti, uma organização sem fins lucrativos associada à Miller School of Medicine da Universidade de Miami, que realiza as retiradas de feridos.

Crist não especificou o quanto custa à Flórida o serviço médico oferecido, mas, segundo ele, o número e a complexidade dos casos eleva a cifra a vários milhões de dólares.

O gasto imprevisto ocorre em um mau momento econômico para a Flórida.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da Minustah, missão de paz da ONU, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. O balanço das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira indica um total de 112.250 mortos e outros 194 mil feridos. Já o governo haitiano confirmou neste domingo que o número de mortos no país já atingiu 150 mil somente na região metropolitana de Porto Príncipe.

Entre os brasileiros, 21 morreram, sendo 18 militares e três civis --a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa, e uma brasileira com dupla-cidadania europeia que não teve a identidade divulgada a pedido da família.

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